sexta-feira, 19 de junho de 2015

Coisas que o Intercâmbio ensina - pt. 1

O intercâmbio ensina muitas coisas, e dentre elas estão as que você assume o controle e as que simplesmente acontecem. Por isso, preciso dividir este post em duas partes. A primeira irá tratar de Saudade e Solidão, são os fatos que melhor posso falar agora, e são também os que acabamos aprendendo sem pedir entrada no curso. A parte dois irá se contentar com o lado bom. Descobrir a Si e Mudar sua Visão.

Comecemos, então, com a:

Saudade 




Sim, aprendemos a ter saudade de verdade em um intercâmbio (também). Muito disso é fruto da Solidão, que irei abordar a seguir, mas se atendo ao sentimento - que por via de esclarecimento não existe mesmo tradução - é na ausência dos velhos amigos, da velha rotina, dos familiares que a saudade se constrói. E nem preciso dizer que é uma megera, para poupar insultos.

Ficar pensando em como todos estão se saindo em Vitória me tira o sono. Quero rever pessoas importantes a mim, e logo. Ao mesmo tempo, quero aproveitar ao máximo o tempo que me falta aqui cumprindo com minhas obrigações também. E este duelo casa vs. 'nova casa' não tem solução.

Não tem solução pois assim como sinto falta de coisas de lá, também sentirei falta de detalhes daqui. Se Nietzsche nos apresentou o Eterno Retorno e Manuel Bandeira nos deu Pasárgada, eu acrescento: O intercâmbio é o seu Eterno Retorno a Pasárgada. Assim como sinto saudades (além das pessoas) da Orla de Camburí em Vitória, da 3ra Ponte, tenho certeza que quando retornar, sentirei falta da SkyTower de Auckland, do Domain Park.. Mission Bay.. até mesmo dos sinos tocando de hora em hora, vejam isto.. os sinos!

Saudade. Preencher o vazio da alma, este é o único proposito para te sentirmos.

Solidão



Quase tão ruim quanto a Saudade, pois ela última nos direciona para algo bom no final. Porém, não há caminhos felizes para quem os trilha só.

É horrível, repito, horrível chegar em casa ao fim da tarde, abrir a porta e perceber que não tem ninguém. Ninguém esperando para conversar. Nem mesmo um latido de um cachorro chato que estava ali desde quando saiu só esperando você reaparecer, mas não. No lugar disso está uma sala vazia, as luzes apagadas e um silêncio perturbador.

Então o que você faz? Sai de casa novamente? Esta seria até a melhor das soluções.. costuma limpar a mente um pouco dessa sensação de solitude andando na rua, ou sentado apreciando uma vista. Um conforto do movimento a sua volta.

Mas há vezes em que você entra pela porta, mesmo assim. E é em seguida abraçado, abraçado pela solidão. Tudo que pode fazer agora é se distrair. Facebook, Vídeos, Música. A mesma rotina de sempre. Isso pois quando a primeira alma viva entrar naquele aquário irá direto para seu quarto se esquecer de suas próprias dores.

E dia após dia, o mesmo quadro se repete, com raros momentos de compartilhamento, enquanto a noite vem para lembrar-te que acontecerá de novo amanhã.

Solidão. Nosso medo primitivo exposto, sentado na beira do sofá a sorrir para nós, por entre as janelas de cada apartamento vazio onde vê-se um homem chegar.

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